Remanescentes das pinturas rupestres africanas, os batikes são originários da cidade de Maputo, capital de Moçambique. Atualmente são feitos em panos usando carvão vegetal. A técnica de coloração se faz através de um método de “mergulhia” numa mistura de raízes de plantas específicas da região austral do sul da África, revezada com curtos períodos de secagem ao sol. A parafina é usada como isolante, para que uma cor não se fixe numa região onde não é pretendida. Por último, os batikes passam por uma mistura à base de cera de abelha e vela, onde ganham maior consistência, para no final serem engomados. Ainda hoje o processo é muito artesanal. A vela utilizada é derretida em fogões a carvão vegetal, o mesmo utilizado para aquecer os ferros de engomá-los.

Atualmente os artesãos do batike vivem na periferia da cidade de Maputo, onde a maioria deles tem pouco acesso aos meios de informação. A aprendizagem da técnica e do preparo é transmitida através da experiência e da convivência com outros artistas. As figuras estão sempre relacionadas ao trabalho coletivo, à vida cotidiana e à presença da família na representatividade das sociedades africanas.

Os batikes que ilustram a revista foram feitos, na maioria, pelo artesão Ukheyo. Além desses, estão incluídos outros feitos por Carlitos, Kito e L. Gui, todos produzidos em janeiro e fevereiro de 2005.

 

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