Reflexão a respeito do vaso é um livro sobre o livro, sobre as possibilidades da narrativa e do escrever. Ao longo dele, seu autor/narrador tenta, com maestria, reconstruir um suposto livro que seu suposto pai estaria escrevendo antes de morrer. Em um fluxo de pensamento que envolve profundamente o leitor, essa obra constitui-se um magnífico esforço de falar das coisas, perante a desconexão do mundo. Sobre o livro, o escritor e crítico de cinema Jean-Claude Bernardet escreveu: "Gostaria de ter escrito esse livro, adorei seu fluxo, como você desliza, associa, concatena, emenda, desloca, a liberdade e a fluência. Tenho um texto que acredito ser algo parecido com o seu, no desejo de metamorfose, de tangenciar temas como o vazio e outros, mas o meu texto está travado e espetado na garganta, então invejo seu fluir. Mas há outros contatos: meu pai, quando faleceu, também deixou um romance inacabado, tentei fazer alguma coisa com ele, mas não consegui, está escrito num francês familiar e se ambienta num bistrô tipicamente parisiense, em português não dava nada. Vou tentar destravar meu texto".
EMANUEL ARAGÃO Dramaturgo, diretor de teatro e cineasta formado em filosofia, Emanuel Aragão dirigiu os espetáculos Naotemnemnome, 24X1 e Um homem e três janelas, o curta-metragem Só minha hora Deus sabe, além de ter escrito os textos dos espetáculos A casa e Você precisa saber de mim. Este é o seu primeiro romance.