Desafiando as leis naturais e resistindo ao tempo e ao esquecimento, às pulgas e aos carrapatos, desdentado e incapaz, Argos, decrépito e domado pelo peso da velhice, além de recordar-se de seu senhor e das histórias dos tempos passados e dos gloriosos heróis de outrora, revela-se o interlocutor perfeito para aqueles que sofrem, de uma forma ou de outra, por causa da ausência do herói, dando voz aos que no poema homérico são condenados ao silêncio, ofuscados por Odisseu e sua glória, e que vivem em função de seu retorno, reagindo, como podem, à sua ausência, ainda que forçada, que tantos danos e prejuízos causou não só à sua família e casa, mas a todos aqueles que do herói dependiam, sendo poucos os que, como Argos, conseguem, mais que resistir, dele recordar-se, esperando fielmente por seu regresso.
MARCELO SUSSUMU TAKAHASHI é pesquisador, tradutor, revisor e professor de língua e literatura(s) do ensino Fundamental e Médio. Neto de italianos e japoneses, nasceu na Lapa, em São Paulo, onde obteve o grau de Bacharel em Letras/Grego e de Mestre em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP). Vivendo há uma década em Lisboa, dedica-se ao estudo e pesquisa da literatura grega, especialmente a épica arcaica, e à escrita. "A Canção de Argos ou Odisseu e eu" é seu romance de estreia.
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MARÇO DE 2025
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