"Revolve, pois, as gavetas de tua memória;
vasculha uma a uma, escrupulosamente,
e toparás com documentos arquivados.
Tal os cômodos da casa onde repousam
esses documentos, há traças próprias
de memória, que só se multiplicam por
incúria, pela falta de ímpeto ao se espalhar
o vermífugo de semelhante praga. Amigo,
não se trata de ratoeiras, já te expliquei.
O vermicida a que me refiro não é letal
ao humano: lhe é proveitoso depurativo.
Com ele, mesmo que sumam os indivíduos
cujas figuras importa pôr em moldura,
estes se manterão erguidos, deixando
deslizar jazidas de história, para que tuas
gerações possam com elas se adornar."
RAFAEL DE SOUZA é natural de Pedra, Agreste de Pernambuco. É mestre e cursa doutorado em Literatura na Universidade de Brasília. Nascido e criado na região rural do município, conheceu as letras ainda em casa, tendo como sonho estudar na cidade. Sempre frequentou escola pública. Aprendeu a gostar de poesia através de seu avô, José Tavares de Souza, um dos tantos poetas populares da região.
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