A riqueza de ideias e conceitos que se abrigam no discurso crítico de Luiz Edmundo Bouças Coutinho, professor, poeta, ensaísta, permite ao leitor deste A sedução do texto percorrer um universo de poesia e arte através das sendas iluminadas pelo autor, que oferece um recorte único das Letras no Brasil, principalmente no que se refere ao período de consolidação da identidade artístico-cultural brasileira, do final do século XIX às primeiras décadas do XX. Íntimo do prazer do texto, apregoado por Roland Barthes, Luiz Edmundo aponta em sua obra os sinais reveladores do literário, indicando ao leitor a profusão de caminhos que podem ser percorridos para que o inefável possa ser experimentado ou vivenciado. Esta coletânea é um resumo de toda a sua trajetória produtiva, das preocupações, das permanências e das transformações experimentadas pelo pensador ao longo dela.
LUIZ EDMUNDO BOUÇAS COUTINHO nasceu em 1948, no Rio de Janeiro. Realizou em 1989 estudos de pós-doutoramento na Universita Degli Studi Di Roma «La Sapienza», na Itália. Foi professor na Faculdade de Letras da UFRJ, na qual chegou a vice-diretor, e na Universidade Estácio de Sá, além de colaborar com algumas das mais renomadas instituições de ensino e pesquisa no país e no exterior. É um dos principais responsáveis pelos estudos sobre a presença das estéticas finesseculares em terras tropicais, chamando especial atenção para a produção literária influenciada por elas e dialogando com Charles Baudelaire, Gabrielle D'Annunzio, Joris-Karl Huysmans e Oscar Wilde. Organizou e publicou Arte e artifício: manobras de fim-de-século (2002), O labirinto finissecular e as ideias do esteta, com Irineu E. Jones Corrêa (2004), Dândis, estetas e sibaritas, com Latuf Isaias Mucci (2006), Five O' Clock, com Marcus Rogério Tavares Sampaio Salgado (2006), Corpos-letrados, Corpos-viajantes, com Flora De Paoli Faria (2007), Fulgurações: parcerias textuais e o decadentismo, com Latuf Isaias Mucci (2009), e Melhores Crônicas de João do Rio, em colaboração com Fred Góes (2009). Em 2011, recebeu a medalha Minerva de Mérito Acadêmico, honraria outorgada pela UFRJ, pelas contribuições de seu trabalho em defesa da justiça social, da democracia, da cidadania, da paz e da solidariedade entre os povos.