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chacal os caralhos os poetas
Mas antes avisou:
–
Sim, não adianta vir com odes ou ditirambos. Não os relevarei do
inexorável. Mas esse pedaço do corpo que lhes atormenta docemente a vida,
esses ficarão. Como passaralhos, como passarinhos. Só que para não causar
mais danos, em forma de tartaruga.
E assim foi feito.
Sou um assíduo freqüentador do Jardim Botânico. Por lá me exercito há mais
de vinte anos. E já pude detectar algumas conversas entre os caralhos do
Tom e o do Vinicíus:
–
Aí poetinha, quem você comeu que eu não comi?
E lá ficam aqueles caralhos quarando ao sol, esticados, retesados. Quem
apurar os ouvidos vai escutar uns gemidos. Sim, eles gozam,
discretamente, ao sol.
E lá no fundo de seus cascos, na triste noite dos tempos, os dois
quelônios poetas sonham com a Adalgisa Colombo.
CHACAL foi um dos principais nomes do movimento Poesia Marginal ou Geração Mimeógrafo nos anos 70, juntamente com Charles e Cacaso. Seu primeiro livro, Muito Prazer, foi publicado em 1971 (edição mimeografada). Em 1972, fez parte da revista Navilouca, com Wally Salomão e Torquato Neto. Entre 1975 e 1979 participou do grupo Nuvem Cigana, com Charles Peixoto, Ronaldo Santos, Guilherme Mandaro, Bernardo Vilhena e muitos outros. É co-autor da peça Aquela coisa toda, do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone (1980). Trabalhou para o Jornal do Brasil, Correio Brasiliense e Folha de São Paulo, além de escrever roteiros para televisão. Em 1990 fundou com Guilherme Zarvos e apoio da Rioarte o projeto CEP 20.000 - Centro de Experimentação Poética, que abriu espaço para o surgimento de inúmeros novos artistas. Em 2007 foi lançado Belvedere, sua obra reunida.
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